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quinta-feira, 12 de abril de 2012

A SOMBRA DA INSEGURANÇA

SOMOS NÓS MESMOS.
As mudanças repentinas de comportamento dos filhos, quando para uma postura mais arredia ou indisciplinada, na grande maioria dos casos são até previsíveis, se considerados os aspectos psicológicos, não somente das crianças, mas também de uma grande maioria de adultos, manifestada de forma involuntária, embora tenham a pretensão de achar que estão sempre no controle da situação. Se buscarem nos artigos já enviados (anteriores à este), poderão verificar neles a procedência dessas mudanças de comportamento, sendo elas repentinas ou não.
Mencionei que todos nós vivemos sob a sombra de um “outro eu”, ou seja, o lado sofrido, que guarda todas as experiências negativas passadas na vida, desde as palmadas que levamos no bumbum pelas nossas travessuras até os momentos mais corriqueiros do dia-a-dia. Alguns destes momentos julgamos terem ficado no esquecimento, o que de fato não ocorreu, ficando sim, guardados num lugar à parte da mente. Este outro “eu”, detentor destas memórias, está sempre à espera de se compensar de toda dor e sofrimento passado durante os seus anos de vida, que só se manifestarão de forma involuntária se, o estado consciente permitir. 
À medida que a capacidade de lidar com os sentimentos (decorrente dos problemas adversidades que vivenciamos) enfraquece, fortalecemos o outro lado (o outro eu) que, como um gênio preso dentro de uma garrafa, começa a sentir o cheiro da liberdade, controlando as nossas vontades e liberando as nossas manifestações, de forma cada vês mais livre, independente e sem o controle ou influência do nosso lado racional. Tais reações são decorrentes daquela escala de suportabilidade de dor ou sofrimento que, à medida que se restringe o conteúdo cultural e qualitativo do lado racional, diminui de forma considerável esta escala, ficando uma pessoa mais vulnerável às adversidades, reagindo quase sempre de forma explosiva, principalmente as crianças. Como as crianças não têm o discernimento necessário para fazer uso de um lado racional ainda em formação, cabe aos pais preencherem esta “lacuna”, orientando, ensinando e disciplinando-os, favorecendo uma formatação mais rápida e segura para eles. 
Quando jovens, estas mudanças de postura (comportamento, temperamento ou os dois), passam à ser mais evidente e perceptível, o que se reflete em algumas prováveis causas: Maior liberação do outro; insegurança emocional proveniente de uma breve (ou não) instabilidade familiar ou conjugal; baixa capacidade para absorver e administrar desconfortos emocionais, principalmente sensações de perdas, considerado relevantes para eles. Brigar ou punir, nessas ocasiões, só tende a piorar. Melhor primeiro, avaliar se o momento presente não estaria influenciando de forma negativa e procurar corrigir e, em seguida chamá-lo para uma conversa aberta e saber ouvir se as queixas deles são procedentes ou não. Suzane Richtofen foi vítima da própria sombra, assim como os irmãos Cravinhos, que permitiram por completo a liberação da sua outra metade, não medindo conseqüências (outra característica do “gênio da garrafa”). 
Os pais precisam se atentar que a presença, principalmente psicológica, é um dos centros de gravidade da vida dos filhos e de muitos jovens, que deveriam se esmerar num modelo sólido de família, para perseverar na sua integridade e buscar ter também, um dia, sua própria família. Só que, formar um conceito positivo sobre a própria família, à ponto de conservá-la (psicologicamente) aonde quer que vá, não é tão simples, uma vês que este conceito é formado pela média-aritmédica da vivência familiar durante certo tempo ou, até o presente momento em que se torna imprescindível, diante da tentação por exemplo, de se experimentar uma droga. Quando essa mudança de comportamento (indisciplinado) se torna evidente e freqüente, dificilmente se resolverá com palavras, exceto se for para propor maior harmonia em família e assim mesmo ele terá de ver para crer. Vai ter que “fumar o cachimbo da paz” com ele (ou ela) e cumprir o que for prometido. Melhor ainda é evitar que aconteça. O segredo não está em evitar que os filhos sofram, mas ensiná-los a aceitar, absorver e administrar, para melhor aprender que a vida não é o que a gente quer, mas como ela deve ser. Fique mais perto dos filhos, seja amigo, seja conselheiro, seja técnico para saber orientar em “sufocar” e que todos que se sentiram, um dia sufocados, estão hoje compartilhando espaço numa dessas cracolândias da vida. Somos pelo o que somos.

domingo, 1 de abril de 2012

Segurança!!!

Vamos ver um pouco mais sobre o que é...
"Segurança: derivado de segurar, exprime, gramaticalmente, a ação e efeito de tornar seguro, ou de assegurar e garantir alguma coisa. Assim, segurança indica o sentido de tornar a coisa livre de perigos, de incertezas. 
Tem o mesmo sentido de seguridade que é a qualidade, a condição de estar seguro, livre de perigos e riscos, de estar afastado de danos ou prejuízos eventuais. E Segurança Pública? É o afastamento, por meio de organizações próprias, de todo perigo ou de todo mal que possa afetar a ordem pública, em prejuízo da vida, da liberdade ou dos direitos de propriedade de cada cidadão. A segurança pública, assim, limita a liberdade individual, estabelecendo que a liberdade de cada cidadão, mesmo em fazer aquilo que a lei não lhe veda, não pode turbar a liberdade assegurada aos demais, ofendendo-a".
Sendo assim, todas as pessoas, físicas ou jurídicas, de Direito Privado ou Público, são responsáveis pela Segurança Pública e devem agir no sentido de assegurar a ordem pública. E quando todos falham, o problema vai gerar infrações penais que, em última instância, devem ser prevenidas ou reprimidas pelas entidades de segurança pública em sentido restrito, a Polícia Federal e as Polícias Estaduais. A respeito das Estaduais, ocorre uma dicotomia, isto é, a divisão da corporação em Polícia Civil e Polícia Militar, explicada pela origem das palavras. Civil é a etimologia romana e, no conceito original, refere-se àquele que tinha o direito de influir na gestão do espaço público e se domiciliava na cidade. Militar era a antítese de Civil e se fixava fora da cidade. As legiões romanas eram sediadas fora dos limites das cidades e tinham por missão defendê-las de invasores. Não podiam entrar na cidade sem permissão do governo. No final do Império Romano surge o pretorianismo, militarização transitória de algumas funções de segurança pública. A expressão Polícia é, pois, exclusivamente civil, eis que deriva do grego polis - que significa cidade - e do latim civitas - que significa civil. E, assim, a expressão Polícia Civil é redundante, um pleonasmo, e Polícia Militar é contraditória.
A Polícia é a organização administrativa que tem a função de impor limitações à liberdade de indivíduos ou grupos, medida necessária à salvaguarda e manutenção da ordem pública. Neste sentido é que se fala em polícia sanitária, polícia aérea, polícia ambiental, marítima, rodoviária, ferroviária, de diversões públicas, do Exército, de segurança, etc. No entanto, a polícia mais evidente é a de segurança pública: ela representa a força do Direito. Com o surgimento de novos fatores anti-sociais, a polícia precisou se especializar e atualmente apresenta-se em duas atividades ou funções: a preventiva - de proteção individual ou coletiva -, e a repressiva - judicial. Daí a necessidade de uma polícia fardada, o que levou a confusão ou interpretação de ser militar a sua cultura e formação. Assim há polícia fardada difundida em todo o mundo, mas sem vínculo com as Forças Armadas, estas de cunho eminentemente militar, com funções externas de combate e extermínio do inimigo: o militar recebe treinamento para a guerra. Este é o fator de onde decorre uma distância muito grande entre o policial e o militar, porque aquele é treinado para prevenir e reprimir não o homem, mas o crime do homem, enquanto que o militar é treinado para o extermínio do inimigo. O policial é um profissional do Direito, tanto como o Juiz, o Advogado, o Promotor de Justiça - jamais um profissional da guerra. E, num Estado de Direito, não há espaço para tal desvio, já sedimentado por razões políticas ou incúria administrativa (desleixo, falta de cuidado ou aplicação).
Como se tal não bastasse, agravou-se a situação: enquanto o discurso é para uma Polícia única, no Estado de São Paulo criou-se uma terceira polícia, a técnico-científica, com o advento da Superintendência que abrange o Instituto de Criminalística e o Instituto Médico Legal. Onde há divisão, há um enfraquecimento, além disso, há gastos duplicados e agora triplicados. Pior que isto, é que tais divisões vêm dificultando excessivamente uma ação integrada de prevenir e reprimir, graças às cisões em suas atribuições e disputa de área de atuação. Além disto, a crise econômica atinge também os policiais, que deveriam ter um tratamento diferenciado. Há, então, um descontentamento que nem mesmo a rígida disciplina castrense consegue conter o perigo de uma polícia desmotivada, desamparada, com policiais residindo com suas famílias em locais de forte influência da criminalidade. Tudo isto gera frustração profissional e familiar, auto-estima deteriorada, subvalorização social, prejudicando a atuação do policial, em face de seu descontrole emocional.