A polêmica discussão sobre a descriminalização de drogas remete uma questão da real e perigosa ameaça da busca, pelos mais jovens, de estados alterados de consciência através de drogas ilícitas, como já não bastassem os males causados pelo uso abusivo do álcool. Mas a corrente progressista, encabeçada no país pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, insiste na legalização do uso de drogas como forma de redução de danos e enfraquecimento do poder do tráfico . E inúmeros são os argumentos de ativistas pró-legalização de drogas, entre eles o de que é um direito individual usar e dispor do corpo da maneira que melhor lhe convier. Um outro argumento é que a ênfase na redução de danos deve ser a tônica numa política sobre drogas, com exemplos de experiências de sucesso no exterior.

O ponto central dos argumentos é que a guerra contra as drogas é mais danosa que o consumo. Ou seja, só haveria a possibilidade de controle das drogas num mercado legal. Outro discurso, dos que defendem, por exemplo, a descriminalização e legalização da maconha -recente estudo revela que o uso da cannabis aumenta o risco do câncer de testículos em jovens- é de que a venda de bebidas alcoólicas e de cigarros, drogas também prejudiciais ao organismo, é livre, como se a legalidade de um mal pudesse justificar a legalização de outro.
A realidade, porém, é que quando o assunto é drogas não há verdades absolutas e acabadas. É preciso relativizar todos os postulados da pró-legalização. Se a política de repressão não deu certo, qual é a garantia que uma política de legalização dará? É preciso entender também que uma lei sobre drogas não pode ser específica para os que a usam e dizem manter uma vida normal. Uma lei nesse sentido deve ter por finalidade proteger toda a sociedade. Da mesma forma que muitos usam drogas e se controlam, outros viram trapos humanos- vide aa cracolândias da vida- alguns se transformam em monstros assassinos, inclusive do volante, e boa parte destrói famílias inteiras.
Continuo acreditando que o melhor caminho é o da prevenção, redução de danos, com recuperação de dependentes e repressão inteligente, não uma política permissiva. Nesse ponto fico com as sensatas palavras da presidente Dilma Rousseff, ao ser indagada, tempos atrás, sobre a descriminalização de drogas: "Descriminalização de drogas é um tiro no pé. Num país com 50 milhões de jovens entre 15 e 29 anos é complicado", disse. Bota complicado nisso. Descriminalização e legalização de drogas, antes de tiro no pé, com toda certeza é um perigoso tiro pela culatra. Tanto o álcool (droga socialmente lícita) como as drogas ilícitas, têm efeitos danosos aos seres humanos.. Em vez de liberar mais drogas melhor é pensar em campanhas permanentes que desestimulem os jovens ao uso do álcool, cada vez mais presente em mesas de bares e restaurantes. Drogas não agregam valores sociais positivos e destroem seres humanos. O caso do ex-futebolista e médico Sócrates é um bom exemplo sobre o mal progressivo do uso do álcool. Precisamos aprender.
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