Nossa tese de que os controladores eletrônicos de velocidade, os famosos pardais, punem muito mais os condutores que não correm nas vias mas que, vez por outra, acabam se distraindo e excedem pouco a velocidade, em vez de punir aqueles corredores contumazes, foi provada hoje, com a divulgação das estatísticas de multas do Detran.
Segundo a notícia do Correio Braziliense, 90% das multas aplicadas pelos pardais foram para motoristas dirigindo, no máximo, 20% acima da velocidade da via.
Isso se dá porque os motoristas que correm decoram a localização dos pardais e freiam quando se aproximam dos equipamentos. Já os que respeitam a velocidade, não passam o tempo todo olhando para os postes, e não percebem quando a velocidade passa dos 60Km/h para 68Km/h, por exemplo, acabando por serem flagrados.
Significa dizer que o sistema de fiscalização pelos pardais é cruel e injusto, pois pune muito mais os pequenos infratores, que aqueles que verdadeiramente arriscam suas vidas e as de terceiros no trânsito.
O especialista em trânsito constata o óbvio: “Para o professor universitário e mestre em Engenharia de Transportes José Leles de Souza, o aumento das multas pela fiscalização eletrônica nos últimos três anos é um sinal de que o equipamento não está surtindo efeito educativo sobre o motorista.”
Já a arrecadação de dinheiro com as multas chegou aos 88 milhões de reais em 2008, dos quais somente 13 milhões foram para campanhas educativas ou transferidos para o Denatran.
E o diretor-geral do Detran ainda vem dizer que não existe “voracidade em arrecadar”.
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